Diário de um Pipoqueiro

Qual o seu legado?

Hoje é dia dos pais, e isso me fez refletir sobre essa importante palavra: Legado ( aquilo que se transmite às próximas gerações ).
A reprodução é uma ferramenta natural que está ligada aos instintos primitivos de todo ser, com o objetivo de preservar a espécie e garantir sua existência no tempo futuro. Os seres que conseguem se adaptar melhor às adversidades e imprevisibilidades do seu percurso, sobrepõe-se a outros e aumentam sua perenidade.
Abrimos um negócio quando acreditamos em uma ideia ou mesmo por necessidade.
Ao acreditar em uma ideia, visualizamos ela sendo um empreendimento bem sucedido, imaginamos um futuro grandioso. Já quando abrimos algo por necessidade, o objetivo é que ele possa suprir imediatamente nossas necessidades financeiras momentâneas.
Seja qual for a característica do seu negócio, gostaria de aproveitar o dia de hoje e convidá-lo a pensar em seu negócio como algo que seja uma extensão de sua visão, de suas crenças, de seus valores pessoais. Algo pelo qual valha a pena lutar até que se torne bem sucedida. É a impressão digital do empreendedor.
Costumamos focar apenas nas necessidades presentes, no fluxo de caixa, nas vendas que estão baixas, na reformulação do modo de contratação, etc. E deixamos de pensar na empresa como um todo, e por um todo, me refiro ao seu tempo passado, presente e futuro.
Os pais gastam também uma grande energia preocupados com tudo o que envolve seus filhos no tempo presente: as notas escolares, os traços de personalidade que estão desenvolvendo, seus comportamentos na internet e no convívio com os amigos, a preparação financeira para fazer sua festa de aniversário. Mas pensam também no tipo de futuro que visualizam para eles, alinhando os sonhos com a dura realidade pelo qual precisarão estar preparados para serem bem sucedidos.
Observamos que além de toda essa dedicação, outros fatores são decisivos na estruturação da base, como  a abertura ao diálogo, a maturidade emocional da família, traduzida pelos valores claros que conseguem aplicar no seu dia a dia, o comprometimento com os objetivos em comum.
São comportamentos que fazem parte da cultura familiar, e se não garantem o sucesso dos descendentes, dado as variáveis inerentes à vida e ao livre arbítrio, ao menos geram vantagens àqueles que conseguirem manter o foco em seus sonhos. Disso vem a importância de uma base sólida.
O livre arbítrio e o foco em um sonho explicam, em partes, como algumas pessoas conseguem ser bem sucedidas mesmo quando vêm de um ambiente desestruturado, porém, infelizmente, não é o que acontece com a maioria.
Trazendo essas reflexões para os negócios, aproveito para fazer uma ponte entre filhos e empresas, já que normalmente os empreendedores consideram-nas como parte da família, por ser uma criação sua.
Por isso tem apego quando precisariam fechar ou mesmo vendê-las, já que parte de sua história pessoal está impregnada nelas.
Se elas estão impregnadas de trabalho, suor e sonhos, pergunto: o quanto de valores você está inserindo nelas?
Se são como filhos, qual o futuro que você enxerga para elas? Se os filhos mais bem sucedidos vêm de uma base mais estruturada, como estão os seus esforços para a definição de valores claros que criem essa base? Todos os colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores sabem quais são esses valores, ou “traços da personalidade” vencedora de seu negócio?
Como está o seu diálogo interno (com os sócios e colaboradores) e externo (alinhado ao mercado) na composição da missão e visão? Lembrando que esses devem ser objetivos e aplicáveis no dia a dia, para a formação de uma cultura organizacional vibrante e coerente, que deixem um Legado – a impressão digital do empreendedor no seu negócio.

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Toshio Hito

Ex-pipoqueiro de rua, empresário, palestrante, apresentador, escritor e mentor. Fã de quadrinhos, cinema, violão e karaokê. Tentei a sorte nas fábricas do Japão mas tive que recomeçar a vida como pipoqueiro de rua aos 36 anos, com minha esposa. Um empreendimento ambulante que se transformou na ideia que revolucionou o mercado de pipocas doces no Brasil, com a Pop´s Fantasy - uma história que foi contada no Fantástico no quadro Tive uma Ideia! Hoje também me dedico a compartilhar o conhecimento adquirido, reunindo teoria e prática do que de fato funciona para quem tem o desejo ardente de transformar negócio e vida em empreendimentos de sucesso.

2 respostas

  1. Parabéns pelo texto, muito boa a ideia de comparar a organização com um filho, e pensar de forma a decidir um futuro a empresa com se estiv

  2. Há quem diga que o ideal é ter uma relação mais fria e racional com a empresa, já que o objetivo de se investir em um negócio é obter um retorno financeiro maior do que outras aplicações. Como disse no artigo, temos que ter cuidado com o apego exacerbado ao negócio, mas não podemos ignorar o fato de que nós brasileiros adotamos a ideia e a consideramos como um "filho", uma "cria nossa". Sendo assim, nada melhor do que explorar essa relação como meio de reflexão dupla. Abs!

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