Diário de um Pipoqueiro

O que você aprende aguando uma planta morta?

Esses “flagrantes” valem um comentário. Minha esposa diariamente rega, com água gelada nesse verão, as plantas do corredor. Lava as folhas tirando a poeira, e cumprimenta as plantas na chegada e na saída. Duas das plantas, já adoecidas, ressecaram durante um período em que estávamos ausentes por motivo de eventos em outras cidades. Ainda que mortas, ela continua aguando essas plantas, com a esperança de que até o dia em que deveremos sair da Incubadora elas possam reviver. Também como forma de dar carinho aos seres que embelezaram os corredores durante anos.

Existem causas que são aparentemente perdidas. Mas o sentimento com que persistimos em um objetivo pode mudar o ambiente desfavorável e produzir milagres. E mesmo que o milagre não ocorra, essa prática mantém o espírito aguerrido, determinado, mas tranquilo do dever cumprido, do tentar até o último momento. Quando as tecnicas já não podem mais surtir efeito, vem então o poder da fé, do acreditar.

É o que faz a diferença quando tentamos erguer um negócio próprio, ou lutamos para não deixar quebrar a empresa num momento de queda. Quando todos abandonam o barco, o líder, o capitão, deve estar com ele até que tudo o que pudesse ser feito tenha de fato sido feito. Esse poder de espírito influencia credores, fornecedores e clientes, e se for aliado a uma grande reflexão sobre os erros cometidos com uma obstinada luta de reconstruir conceitos e modos de gestão, poderá tirar das cinzas um empreendimento dado como morto.

Há também os projetos que estavam fadados ao insucesso, devido a uma série de erros cometidos desde o início do planejamento (ou a falta dele). Saber a hora de abandonar o navio para que não seja tragado definitivamente também exige sabedoria. Mas só desfrutará dessa sabedoria aquele que aprender com o processo todo. Somente assim poderá aplicar os conhecimentos advindos dos seus erros em tentativas futuras.
Quem não completa o ciclo tende a recomeçar tudo de novo, nunca saindo do lugar.
Aguar uma planta morta pode ser um belo treinamento para deixar sempre viva a sua alma.

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Toshio Hito

Ex-pipoqueiro de rua, empresário, palestrante, apresentador, escritor e mentor. Fã de quadrinhos, cinema, violão e karaokê. Tentei a sorte nas fábricas do Japão mas tive que recomeçar a vida como pipoqueiro de rua aos 36 anos, com minha esposa. Um empreendimento ambulante que se transformou na ideia que revolucionou o mercado de pipocas doces no Brasil, com a Pop´s Fantasy - uma história que foi contada no Fantástico no quadro Tive uma Ideia! Hoje também me dedico a compartilhar o conhecimento adquirido, reunindo teoria e prática do que de fato funciona para quem tem o desejo ardente de transformar negócio e vida em empreendimentos de sucesso.

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