Diário de um Pipoqueiro

O pipoqueiro desapareceu?

Além dos trabalhos realizados em Marília, cobrimos também uma extensa região participando de eventos e feiras. Até porque onde existe multidão, tem que existir um pipoqueiro. Ou pelo menos deveria.

Porque O pipoqueiro está sumindo. Não está resistindo às mudanças culturais, gastronômicas e à ânsia de novos petiscos atraentes encontrados em qualquer esquina onde haja um novo mercado ou uma conveniência.

Antigamente o pipoqueiro reinava absoluto pelas ruas, praças, nos desfiles cívicos e jogos de futebol de várzea. Aquele olhar longínquo, chapéu na cabeça, um esboço de sorriso e mãos firmes na – acredite – difícil arte de colocar pipoca num saquinho, de uma só vez.

Com ele, seu companheiro de todos os dias, o carrinho, que ouvia as conversas todinhas, desde bate papos da política que andava mal aos lamentos pelo tempo que não cansava de desagradar; ora frio, ora quente. Escutava ele o grito estridente mas revigorante da garotada que saía da escola, assim como via o carinho no olhar da namorada que ganhava de seu amado um saquinho de pipoca.

Tantas histórias presas naquele armário do tempo, já sem as chaves, dos pipoqueiros que fizeram parte, em algum momento ainda que distante, das nossas memórias.

Carrinhos foram reciclados, outros aposentados e viraram relíquias. E tem os que foram vendidos para virarem um carrinho ambulante, com toda uma parafernália de produtos industrializados baratos, e sem mais a pipoca quentinha, companheira delicada que exije atenção. “Atenção? Atenção dá trabalho, deixa pra lá.”

Quando surgiu a ideia de resgatar essas duas figuras – o pipoqueiro e o seu carrinho – pensei que para inseri-los a este mundo 2.0 precisaria pensar em dois fatores:

1.0 – Tornar o negócio rentável.
2.0 – Inovar para Renovar.

Vou preparar o Pop´s Car (ah, sim, é o nome do meu Carrinho de Pipoca) e o Stand de vendas para o evento desta sexta, aqui em Assis.
Chove há 5 fim de semanas consecutivos e as vendas, nesse caso, costumam ir à pique (lá vamos nós de novo reclamar do tempo, como nos velhos tempos…).

No próximo post eu comento sobre esses dois fatores, e como podem ser a resposta para que a magia da pipoca não seja totalmente substituída por um saquinho no microondas.

ps.: mundo 2.0, relativo a web 2.0. Leia sobre clicando neste texto da Wikipedia.

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Toshio Hito

Ex-pipoqueiro de rua, empresário, palestrante, apresentador, escritor e mentor. Fã de quadrinhos, cinema, violão e karaokê. Tentei a sorte nas fábricas do Japão mas tive que recomeçar a vida como pipoqueiro de rua aos 36 anos, com minha esposa. Um empreendimento ambulante que se transformou na ideia que revolucionou o mercado de pipocas doces no Brasil, com a Pop´s Fantasy - uma história que foi contada no Fantástico no quadro Tive uma Ideia! Hoje também me dedico a compartilhar o conhecimento adquirido, reunindo teoria e prática do que de fato funciona para quem tem o desejo ardente de transformar negócio e vida em empreendimentos de sucesso.

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